magazine RISCO ZERO n3 - page 21

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to e a sua adequação para a actividade prevista, assim como
diagnosticar qualquer patologia pré-existente; (ii) exame mé-
dicos periódicos para monitorizar a saúde de cada trabalhador
e detectar precocemente qualquer deterioração da mesma; e
(iii) exame de demissão - é realizado na saída do trabalhador
para documentar as condições nesse momento (para que o
empregador assuma eventual dano ou, inversamente, o traba-
lhador não alegue indevidamente no futuro que foi demitido
com problemas de saúde causados pelo seu trabalho.
Devemos realçar que a existência duma doença conotada
com determinada indústria ou actividade, não significa neces-
sariamente que essa seja a causa. Por exemplo, o trabalhador
duma cimenteira pode ter problemas respiratórios devido ao
seu hábito de fumar (e não devido ao trabalho). No caso de a
doença ser atribuível ao ambiente trabalho, a responsabilida-
de pode ser tanto do empregador (caso este não tenha instruí-
do o trabalhador ou fornecido os equipamentos de protecção)
como do próprio trabalhador doente (caso este tenha sido ins-
truído e recebido os equipamentos, mas habitualmente não
os utilizasse).
Finalmente, o médico do trabalho é antes de mais um médi-
co, pelo que embora actuando no contexto do trabalho e da
empresa, deve agir sempre no interesse do seu paciente, de
acordo com a ética e deontologia médica.
Os “Postos Médicos de Empresa” são serviços de medicina
do trabalho?
No nosso país, durante muitos anos, algumas empresas ou
serviços montaram serviços de cuidados primários de saúde
nas próprias instalações, para acudir rapidamente aos traba-
lhadores doentes. Outras estabeleceram acordos ou procedi-
mentos para encaminhar e/ou suportar a assistência médica
aos trabalhadores doentes em unidades sanitárias, públicas
ou privadas. Alguns empregadores financiaram total ou par-
cialmente seguros de saúde para os seus trabalhadores. To-
das estas iniciativas direccionadas para o trabalhador doente,
mesmo que não sejam obrigatórias são sem dúvida gratifican-
tes, muito apreciadas pelos trabalhadores e benéficas para o
próprio empreendimento. Os serviços de medicina do traba-
lho, no entanto, caracterizam-se por estarem primariamente
vocacionados para o trabalhador saudável (prevenindo e de-
tectando precocemente qualquer patologia), para a relação
adequada entre o trabalhador (ou candidato) e a sua activida-
de, para um ambiente saudável e de baixo risco no trabalho,
Considerando
que Angola tem
apresentado um
apreciável crescimento
económico, no contexto
mundial, e está instalar
diversas indústrias com
base em investimentos
internos e externos, a
saúde do trabalhador
apresenta novos e
crescentes desafios.
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