magazine RISCO ZERO n6 - page 5

EDITORIAL
Eng. Paulo Beaumont
Já fez um ano que nasceu a revista Magazine Risco Zero (MRZ), com a edição nº 4. Esta
publicação pretende ser um apoio ou uma nova ferramenta de ajuda para a prevenção de
riscos profissionais. Gostaríamos que essa contribuição fosse mais e cada vez mais rea-
lista no panorama nacional, através da diminuição significativa da sinistralidade laboral.
No mundo e segundo a OIT, e Angola não será excepção, os acidentes de trabalho
continuam a manter uma taxa de crescimento que parece imparável, o que gerou não
só uma intensificação das actividades gerais de prevenção promovidas pelos governos
e os parceiros sociais. No que concerne às doenças profissionais, em média, são regis-
tadas pelo menos três por cada acidente de trabalho, num mesmo período de tempo. A
MRZ, como já foi abordado, pretende contribuir com dados claros sobre a prevenção de
riscos profissionais de modo a inverter, dentro do possível, esta realidade.
Ao longo deste tempo de vida da MRZ, houve leitores que formularam inúmeras ques-
tões sobre estudos desenvolvidos no que toca às causas deste facto. Houve análises
que tentaram explicar este fenómeno da sinistralidade e que vão mais além da violação
da lei que, estando certas, em todos os casos parece que se pode afirmar que as causas
da sinistralidade encontradas sejam mais adequadas relativamente às registadas há al-
guns anos atrás. Referem aspectos tais como:
- formação insuficiente ou falta de cultura de prevenção;
- ainda não foram colocados em acção todos os recursos e mecanismos previstos em lei;
- a lei contempla muitas iniciativas que não são exequíveis;
- ou que o forte crescimento então registado e as alterações no emprego geraram como
subproduto um crescimento da sinistralidade.
Sem dúvida, todas estas explicações são verdadeiras e são as que devem orientar os
planos de acção correspondentes. Por isso, não deveremos negligenciar outras análi-
ses mais específicas, tais como o facto de que os índices de acidentes graves e fatais
tendem a diminuir e, portanto, o crescimento da sinistralidade é devido a acidentes
leves, com uma percentagem significativa correspondente ao grupo dos chamados Dis-
túrbios Osteo-musculares Relacionados com o Trabalho (DORT), cuja origem não é
sempre bem conhecida e que, normalmente, são dedicadas poucas acções preventivas.
A título de exemplo, países como o Japão, é muito comum os trabalhadores benefi-
ciarem de pausas periódicas durante o horário de trabalho porque estas geram maior
produtividade, inspiram a criatividade e melhoram a atitude dos trabalhadores, além de
ser um exercício recomendado para evitar que alguns membros do corpo se atrofiem
ou sofram lesões.
As pausas activas ou ginástica laboral são exercícios físicos e mentais que um trabalha-
dor executa por um curto período de tempo durante o dia, a fim de revitalizar a energia
do corpo e refrescar a mente.
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