Página 7 - magazine RISCO ZERO n/

/07
ENTREVISTA A
Como caracteriza a agenda da Segurança, Higiene e Saúde no
Trabalho em Angola?
A agenda que versa sobre esta temática naturalmente reflecte
o programa possível da SHST tendo em conta o contexto an-
golano, de evidente crescimento e desenvolvimento económico.
Sempre com o intuito de zelar pela integridade humana, promo-
vendo ao mesmo tempo a produtividade. Não esquecer que so-
mos ambiciosos e queremos que cada vez mais cidadãos, quer
empregadores, quer trabalhadores, estejam conscientes deste
tema.
Porquê que a SHST se torna cada vez mais vital para o merca-
do de trabalho angolano?
O aparecimento de novas formas de trabalho que plasmam o
evidente crescimento e desenvolvimento económico, resultou
naturalmente no aparecimento de novos riscos e doenças profis-
sionais que permanentemente desafiam a desejável estabilidade
no ambiente laboral. O cumprimento das boas práticas em SHST
é uma mais-valia no que respeita ao aumento da rendibilidade e
produtividade estimulado pelo factor de bem-estar dos trabalha-
dores.
Em que circunstâncias a SHST foi introduzida no mercado de
trabalho angolano, quais os primeiros passos?
Os primeiros passos que foram a constituição do CSST, uma ins-
tituição vocacionada para a prevenção dos acidentes de traba-
lho, doenças profissionais e promoção da saúde laboral.
Que evolução tem havido?
Tem-se vindo a consolidar uma equipa multidisciplinar integra-
da de vários técnicos especializados nesta matéria. Esta equipa
projectou um programa de intervenções assertivas e inteligentes
inclusive ao nível da Concertação Social. Têm vindo a organizar e
promover seminários, sessões de esclarecimento e intervenções
directas nas empresas, junto de empregadores e trabalhadores.
Salienta-se o número de visitantes institucionais que se dirigem
ao Centro para conhecimento das instalações, recursos e actos
desenvolvidos. Também cumprem um calendário de consultas
de medicina do trabalho tanto no edifício sede como no exterior,
nas empresas.
Legislativamente, o que mais satisfaz o Governo Angolano?
O facto de existir uma legislação que contempla a temática da
SHST, já constitui em si o reflexo da vontade do Governo em pro-
mover o bem-estar dos trabalhadores, intervindo em múltiplas
frentes e cujo reflexo será na melhoria das condições de trabalho
e na qualidade de vida dos trabalhadores.
Mas também sabe-se que muitas vezes não se cumpre a lei.
Há grandes empregadores incumprindo a legislação no país.
Porquê?
Tal como acontece em todos os países, existem sempre tentati-
vas de incumprimentos vários na falsa perspectiva de reduzir os
custos pelos empregadores. Fique bem claro porém, que o inves-
timento em SHST não será nunca um custo antes se pode con-
siderar um investimento pois, através da prevenção consegue-se
não gastar seja o que for aquando de determinados sinistros o
que, na certa, será uma mais-valia para a produtividade.
DRA.
ISABEL CARDOSO
Directora do CSST