Magazine Risco Zero Nº 14

magazine risco zero Eng. José Manuel Mendes Delgado ARTIGO TÉCNICO AMIANTO EM ESCOLAS E EDIFÍCIOS PÚBLICOS AFINAL O AMIANTO MATA OU NÃO MATA Muito se tem falado e noticiado sobre o amianto nas escolas e nos edifícios públicos, muito se tem explorado esta temática, em termos políticos emediáticos e namaioria das vezes de forma negativa e até irresponsável, criando o pânico e a insegurança, nas comunidades escolares e nos utentes e funcionários dos edifícios públicos. O amianto é uma rocha, uma forma fibrosa de diversos minerais naturais, que devido ao baixo custo, à facilidade de aplicação, às elevadas propriedades de elasticidade, de resistência mecânica, de incombustibilidade, de bom isolamento térmico e acústico, de elevada resistência a altas temperaturas, aos produtos químicos, à putrefacção e à corrosão, teve uma aplicação generalizada e massiva, nomeadamente na construção de edifícios, em sistemas de aquecimento e abastecimento de água, na protecção dos navios contra o fogo ou o calor, em telhas e ladrilhos, vestuário de protecção contra o calor, entre outros. As fibras de amianto são muito pequenas e invisíveis a olho nu – comprimento 5 µ m, diâmetro 3 µ m, onde 1mm=1000 µ m). A partir de 1 de Janeiro de 2005, entrou em vigor a proibição total da utilização e comercialização de produtos que contenham amianto, resultado da Directiva 1999/77/CE da Comissão Europeia. Na abordagem das questões relacionadas com amianto, deve ser realçado, que existem diferenças acentuadas, em termos de risco e de exposição, caso se tratem de situações friáveis ou não friáveis. Um material com amianto é friável quando se desagrega naturalmente ou é facilmente reduzido a pó, em especial, na fase de manipulação ou quando em mau estado de conservação, por rotura da camada de protecção, onde se encontra floculado, apresentando probabilidades muito elevadas, de libertar fibras e poeiras de amianto para o ar. Os materiais que contêm amianto em situação não friável, caso do fibrocimento, são constituídos por um ligante, que agrega o amianto (cerca de 15% de amianto crisótilo) e dificulta a libertação de poeiras e fibras de amianto, apresentando baixa probabilidade das fibras se soltaram na fase de remoção e durante a sua fase de vida útil, enquanto em serviço. De acordo com a legislação europeia, o valor limite de exposição é fixado em 0,1 fibra/cm3. Refira-se, que nas dezenas de milhares de m2, que apoiei a remover, em edifícios e escolas, a monotorização e recolha de amostras, antes, durante e depois da remoção, apresentam sempre valores muito abaixo do valor limite de exposição admitido. É verdade que a inalação de fibras de amianto pode provocar uma de três doenças: • Asbestose, uma lesão do tecido pulmonar (doença profissional desde 1936 - Valor médio de activação da doença 21 anos (2 – 35 anos)); • Cancro do pulmão (doença profissional desde 1943 - Valor médio de activação da doença 25 anos (10 – 58 anos)); • Mesotelioma, um cancro da pleura ou do peritoneu (doença profissional desde 1977 - Valor médio de activação da doença 32 anos (10 – 60 anos)).

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