Magazine Risco Zero N.º11

magazine risco zero Por sua vez, a gestão damanutenção temvindo, por motivos técnicos e financeiros, a assumir umpapel cada vez mais re- levante no ciclo de vida do edificado. Saliente-se que as ati- vidades de manutenção, conservação ou mesmo reparação, possuem riscos diversos e específicos para a segurança e saúde dos trabalhadores. Fazendo uma análise daquilo que é a abordagem atual à prevenção de acidentes de trabalho pode-se afirmar: • Em fases de projeto e obra: a prevenção é frequentemente consumada numa excessiva lista de procedimentos e regras, por vezes pouco percetíveis, consideradas aborrecidas por quem as tem de implementar. Consequentemente as medidas preventivas acabam por não ser devidamente analisadas por quem é responsável pela supervisão das tarefas e não ficando devidamente integrada com o planeamento de obra, permitin- do a desvalorização dos constrangimentos de prevenção. Adi- cionalmente, os desenhos 2D apresentam limitações de leitura e interpretação e a barreira linguística pode-se tornar um obs- táculo à implementação das medidas preventivas. • Em fase de exploração: a Compilação Técnica é documento de caráter legal obrigatório, há vários anos, que rege e orienta a gestão dos riscos associados a manutenção, começando no processo de identificação do risco, passando pela sua avaliação e valoração e terminando na criação de um conjunto de me- didas preventivas a serem adotadas na fase de exploração do edificado. No entanto, a implementação deste documento en- contra-se bastante aquém do esperado e desejável verificando que atualmente a sua dinamização é salvo honrosas exceções, inexistente ou consumada numa extensa lista de documentos, muitos não relevantes para a temática em estudo, sendo os rele- vantes uma lista inócua de instruções de segurança, sem inter- ligação com o processo produtivo a tomar na atividade. Todo este panorama cria um espírito de desvalorização e se- cundarização desta problemática fazendo comque a prevenção assuma um caráter lateral e não integrado na execução da obra e na manutenção do edificado. Urge então, face a este panora- ma e de modo a minimizar o risco de ocorrência de acidentes de trabalho, tomar medidas de gestão imediatas (baseadas no principio geral de prevenção relativo à atenção que é necessá- rio dar ao estado de evolução da técnica), de fácil interpretação, facilmente transmissíveis a todos os intervenientes e suficien- temente eficientes e suportadas emTecnologias de Informação de ampla aplicabilidade no setor. O CONCEITO “BIMSAFETY” Para tentar solucionar a ineficiência ou insuficiente eficácia das abordagens preventivas atuais, tem vindo a ser desenvolvidos estudos conjuntos de Investigação e Desenvolvimento entre o Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho e a empresa Xispoli Engenharia. Estas ações têm em vista a propor a implementação de um novo conceito de abordagem à prevenção: o “BIMSafety”. Este conceito é baseado nas mais recentes ferramentas de Tecnologias de Informação e consiste na identificação, antecipada e num novo formato em fase de projeto, dos riscos e perigos associados à construção da obra e à sua exploração. AS VANTAGENS DA METODOLOGIA BIM • Plataforma de base de dados comum para os intervenientes, possibilitando uma partilha de informação e comunicação mais efetiva; • Visualização em 3D, facilitando a interpretação do projeto; • Fluxo de informação credibilizado e fiável; • Minimização de conflitos e incompatibilidades; • Menor tempo gasto para pormenorizar resultados; • Produção de vistas e pormenores complexos; • Compatibilização entre especialidades e elementos; • Comparações entre o previsto e o realizado; • Base de dados automatizada, minimizando as alterações ma- nuais; • Correção automática, no projeto, de alterações introduzidas. AS VANTAGENS DO CONCEITO “BIMSAFETY” • Discussão de problemas em ambiente virtual; • Indexação, a cada elemento construtivo visualizado em 3D, da informação de caráter preventivo; • Simulação antecipada de cenários de trabalho; • Antecipação dos potenciais problemas e perigos; • Alterações automáticas no projeto em termos de prevenção; • Medição automática de quantidade de equipamentos de pro- teção coletiva a aplicar; • Simplificação da implementação de ações de formação; • Inexistência de barreira linguística; • Integração simples entre Produção e Segurança;

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