Magazine Risco Zero N.º11
magazine risco zero Dr. Pedro Norton × Médico do Trabalho; Diretor do Serviço de Saúde Ocupacional do Centro Hospitalar São João; × Docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; × Regente da Unidade Curricular "Patologia Ocupacional" no Curso de Pós-Graduação emMedicina do Trabalho (incluíndo a sua edição para alunos residentes em Angola); × Investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto; × Coordenador do Grupo de Trabalho nomeado pelo Despacho 11231/2016 do Secretário de Estado do Emprego e Adjunto e da Saú- de, para revisão da legislação portuguesa em segurança e saúde no trabalho Os grupos de doenças profissionais mais frequentemente cer- tificados em Portugal são os de natureza musculosquelética, hipoacusia sonotraumática e doenças respiratórias. Em 2013, destacou-se a elevada incidencia de doenca profissional cer- tificada no setor da Industria (240,6 casos por 100.000 traba- lhadores). Seguiram-se os setores da Construço e da Saude (66,1 e 59,1 casos por 100.000 trabalhadores, respetivamente). A Educaço foi o setor de atividade economica em que obser- vou menor incidencia de doenca profissional (4,1 casos por 100.000 trabalhadores). Ao analisar a incidência ponderada de doenças profissionais agrupando os sectores de atividade em indústria, construção e outros, verifica-se ainda assim que a incidência de doenças profissionais na indústria e construção se manteve claramen- te superior aos restantes sectores de atividade agrupados. Refira-se, no entanto, que a incidência de doenças profissio- nais na construção diminuiu sucessivamente entre 2012 e 2015 (257,4 por 100 000 em 2012 para 233,9 por 100 000 em 2015) o que provavelmente reflete uma melhoria nas condi- ções de segurança neste setor. CONCLUSÕES A Construção Civil é um dos setores de atividade que mais trabalhadores concentra em Portugal. Neste setor, a exposi- ção a fatores de risco ergonómicos e não ergonómicos man- tém-se particularmente elevada, se bem que neste último caso, seja inferior à observada nos restantes países da Zona Euro. Apesar da incidência de doenças profissionais no setor da construção civil ter vindo a diminuir nos últimos anos, a sua incidência, bem como a dos acidentes mortais mantém-se elevada. Estes dados sublinham a necessidade de expansão das políticas e da cultura da promoção da saúde e da preven- ção da doença no local de trabalho em Portugal. A informação obtida no presente estudo, permite caracterizar os diferentes níveis em que é possível exercer políticas públicas dirigidas a promover a saúde e segurança no trabalho, nomeadamente a nível do contexto socio-laboral, das condições de trabalho e do seu efeito sobre a saúde. "Apesar da incidência de doenças profissionais no setor da construção civil ter vindo a diminuir nos últimos anos, a sua incidência, bem como a dos acidentes mortais mantém-se elevada." Referências bibliográficas em: http://www.riscozero.info/referencias/MRZ11_refs.pdf
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy MjA1NDA=