Magazine Risco Zero N.º11
magazine risco zero RESULTADOS A construção civil concentra em Portugal 6,3% da população empregada estando o sexo masculino especialmente repre- sentado (93,9%). Relativamente às condições de trabalho, no 5º IECT foi ava- liada a exposiço a 14 fatores de risco ergonomico e ambien- tal numa escala de resposta com sete niveis — todo o tempo, quase todo o tempo, cerca de 3⁄4 do tempo, cerca de metade do tempo, cerca de 1⁄4 do tempo, quase nunca ou nunca. Os resultados do 5º IECT sugerem a existência em Portugal, de uma elevada prevalência de exposição a fatores de risco ergo- nómicos, superior à encontrada nos restantes países da Zona Euro (Grafico 1). Em Portugal, o ortostatismo prolongado e a exposiço mais frequentemente reportada (81,6%), seguida da realização de movimentos repetitivos (79,4%) e da manutenço de posturas dolorosas ou fatigantes (62,9%). As maiores diferencas relati- vamente as exposiçes reportadas na Zona Euro encontram- -se nestes tres fatores de risco, que sao sempre mais frequen- temente reportados em Portugal. Tanto em Portugal como na globalidade dos paises da Zona Euro, a exposiço a fatores de risco ergonomicos e claramen- te mais frequente que a exposiço a outros fatores de risco ambiental. Os trabalhadores dos setores da Agricultura, da Industria e da Construço sao os que mais frequentemente re- portam exposiço a riscos fisicos nao-ergonomicos, quimicos e biologicos (Portugal – Agricultura: 78,9%; Industria: 63,4% e Construço: 77,2%; Zona Euro – Agricultura: 81,0%; Industria: 66,8% e Construço: 81,4%). A exposiço a posturas dolorosas ou fatigantes, o ortostatis- mo prolongado e os movimentos repetitivos da mao ou do braco, sao frequentemente reportados pelos trabalhadores da generalidade dos setores de atividade. Estes resultados podem explicar a ubiquidade da exposiço a pelo menos um fator de risco ergonomico registada no Grafico 1, tanto em Portugal como na Zona Euro. A movimentaço manual de cargas e as vibraçes sao particularmente reportadas por tra- balhadores do setor da Construço (Portugal: 56,5% e 73,0% e Zona Euro: 62,5% e 64,6%). Ao contrario dos outros fatores de risco ergonomicos, a movimentaço manual de cargas e mais prevalente na restante Zona Euro do que em Portugal. Relativamente à exposição a fatores de risco ambiental, obser- va-se que, tanto emPortugal como na Zona Euro, as exposiçes ao ruido, a inalaço de fumos, po e e a inalaço de vapores sao também mais prevalentes no setor da Construço (Portugal: 61,1%, 40,6% e 25,1% e Zona Euro: 60,6%, 46,9% e 24,3%). As exposiçes a temperaturas altas e baixas sao igualmente muito frequentemente reportadas pelos trabalhadores do se- tor da Construço (Portugal: 36,6% e 38,1% e Zona Euro: 47,3% e 54,8%). De acordo com os dados disponibilizados pelo Gabinete de Estrategia e Planeamento do Ministerio do Trabalho, Solida- riedade e Seguranca Social, em 2013, foram declaradas 183.764 lesoes por acidente de trabalho, entre os 15 e 64 anos de idade, das quais 125.305 (68,2%) ocorreram em homens. Observa-se que, apesar de a maior parte dos acidentes, em número ab- soluto, ocorrer em trabalhadores com idades compreendidas entre os 35 e os 49 anos – 43,5% dos acidentes nos homens e 42,7% dos acidentes nas mulheres – verifica-se que a taxa de incidencia de acidentes de trabalho diminui com a idade. Em todos os grupos etarios, a incidencia de acidentes de trabalho e mais elevada nos homens do que nas mulheres. Em 2013 foram declaradas 125 lesoes mortais por acidente de trabalho que representam 0,1% do total de lesoes por aciden- te. Tal como para a globalidade dos acidentes de trabalho, a incidencia de acidentes mortais e maior nos homens do que nas mulheres, em todos os grupos etarios e ao contrário das lesões não mortais, ocorremmais frequentemente emmicro e pequenas empresas. Enquanto nos homens os setores da Industria, dos Transpor- tes e da Construço sao aqueles onde a incidencia de lesoes por acidente de trabalho e maior (93,8, 85,0 e 63,6 por 1000 trabalhadores, respetivamente), nas mulheres a incidencia e maior nos setores da Saude, dos Transportes e Comercio, restauraço e hotelaria (43,2, 42,0 e 41,9 por 1000 trabalhado- ras, respetivamente). Relativamente as lesoes mortais, a incidencia e maior nos se- tores da Construço (11,6 por 100.000 trabalhadores) do que nos restantes setores de atividade. Os modos mais frequentes de lesao correspondem a aciden- tes envolvendo Constrangimento fisico do corpo, Constran- gimento psiquico e Esmagamento em movimento vertical/ horizontal sobre/contra objeto imovel (29,7% e 26,3%, respeti- vamente). As lesoes mortais sao mais frequentemente Esma- gamento em movimento vertical/ horizontal sobre/contra um objeto imovel (31,4%) ou Pancada por objeto em movimento ou colisao (29,0%).
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