Magazine Risco Zero N.º11

Dr. A. Costa Tavares A SEGURANÇA E SAÚDE NO SECTOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL TRABALHOS EM VALAS E TRINCHEIRAS QUE PREVENÇÃO? QUE PROTECÇÃO? O sector da construção reveste-se de inúmeras valências como os trabalhos em altura, os trabalhos de terraplanagem, trabalhos de pavimentação, trabalhos de betonagem, tra- balhos de alvenaria e cofragens, trabalhos de electricidade, trabalhos de armação de ferros, trabalhos em espaços confi- nados, entre outros. Neste artigo iremos abordar os trabalhos em valas e trincheiras, seus perigos e riscos associados, bem como as respectivas medidas de controlo a implementar para reduzir ao máximo o número de incidentes no trabalho. A abertura de escavações na via pública ou em locais de pas- sagem, constitui além de riscos para os trabalhadores que as executam, riscos acrescidos para terceiros (munícipes, visi- tantes, fornecedores) bem como, para os equipamentos mó- veis (máquinas motorizadas e viaturas), pelo que têm de ser convenientemente isoladas e sinalizadas. De acordo com a profundidade das escavações, deve ser tida em conta a componente geológica dos terrenos, o seu grau de humidade, o seu comportamento à acção das águas e as redes técnicas nelas enterradas, como a electricidade, o saneamen- to, o gás, as telecomunicações e abastecimento de águas. Quais os principais riscos que encontramos nas escava- ções? Dos muitos riscos existentes que nós técnicos de Segurança e Saúde no Trabalho detectamos aquando das nossas visitas de acompanhamento, podemos referenciar os mais comuns: • Desmoronamentos (sobrecarga de equipamentos e mate- ARTIGO DE OPINIÃO Ao abordarmos a temática da construção civil, estamos indubitavelmente a raciocinar na panóplia de PERIGOS existentes e RISCOS para os trabalhadores associados às tarefas e processos de trabalho, numa das vertentes mais perigosas da condição humana: obras! riais nos coroamentos das valas, choque e vibrações nas pro- ximidades, posição elevada dos níveis freáticos e existência de blocos de pedras no meio dos solos, entre outras causas); • Aluimento do terreno por talude inadequado (ângulo incor- recto); • Desprendimento ou aluimento da zona envolvente à vala, devido a alterações das condições atmosféricas (frio, calor, chuva, ventos fortes); • Quedas de objectos (ferramentas, resíduos de obra, mate- riais de consumo, equipamentos de trabalho, máquinas na proximidade dos taludes, etc.); • Quedas de pessoas (trabalhadores, terceiros) em altura (pro- fundidade); • Desabamentos de edificações e outras estruturas de proxi- midade dos taludes; • Soterramento dos trabalhadores; • Choques (perigo de electrocussão) por contacto com redes eléctricas subterrâneas; • Explosões (redes de gás e metano resultante de valas e ater- ros profundos com matérias decomposto); • Projecções de materiais; • Entalamentos com máquinas, ferramentas e outros equipa- mentos de trabalho; • Quedas ao mesmo nível por desorganização do espaço cir- culante (frente de obras e/ ou estaleiro); • Inalação de aerossóis tóxicos (espaços confinados com exis- tência de matéria em decomposição, dióxido de enxofre, gás sulfídrico entre outros). Medidas a ter em conta ANTES de proceder à abertura das valas: • Limpar as áreas circundantes (retirando ou escorando) tudo que possa ser considerado PERIGOSO para os trabalhadores e terceiros. Não esquecer que para a realização de escavações magazine risco zero

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