Magazine Risco Zero N.º11
magazine risco zero Figura 3 - Amianto não friável (fibrocimento em coberturas e con- dutas de abastecimento de água). 3 – Amianto não friável Os materiais que contêm amianto em situação não friável, caso do fibrocimento em coberturas, são constituídos por um ligante, que agrega o amianto e dificulta a libertação de poei- ras e fibras de amianto, apresentando baixa probabilidade das fibras se soltaram na fase de remoção e durante a sua fase de vida útil, enquanto em serviço, quer seja em coberturas ou em qualquer outro sistema. O fibrocimento é um dos materiais mais utilizados na cons- trução civil e tem como característica, ser um material que contém amianto em situação não friável, resultado das suas fibras de amianto (10 a 15%), estarem fortemente ligadas atra- vés de um ligante, que diminui significativamente a probabi- lidade da sua libertação e consequentemente a possibilidade de inalação. Os materiais com amianto em situação não friável, devem encontrar-se em bom estado de conservação e quando remo- vidos, devem ser manipulados com cuidado e sem processos abrasivos ou de percussão, de forma a não permitirem a liber- tação de fibras ou poeiras de amianto inaláveis. A remoção de materiais com amianto em situação não friável, se forem manipulados de forma descuidada (partir as chapas, lançar para o chão ou não embalar) e em não conformidade com as boas práticas e legislação em vigor, poderão libertar fibras para o ambiente de trabalho e possibilitar a inalação de fibras de amianto, o que poderá criar uma situação próxima do friável, onde os riscos podem aumentar consideravelmen- te. 4 – Doenças resultantes da exposição ao amianto Sabendo-se que os diferentes tipos de amianto são agentes cancerígenos, é necessário que na sua presença, a exposição a qualquer tipo de fibra de amianto seja reduzida ao mínimo, prevenindo que as doenças associadas ao amianto, resultado da inalação destas fibras microscópicas, possam depositar-se nos pulmões e aí permanecer por muitos anos, podendo vir a provocar doenças, após vários anos ou várias décadas. Verifica-se que o amianto constitui um importante factor de mortalidade relacionada com o trabalho e um dos principais desafios para a saúde pública ao nível mundial, cujos efeitos surgem na maioria dos casos vários anos depois das situações de exposição, onde o intervalo de tempo entre a exposição ao amianto e os primeiros sintomas de doença pode chegar a 30 anos, que em geral, corresponde ao período de caracterização da doença. É do conhecimento geral, que qualquer dos tipos de amianto são agentes cancerígenos e que as doenças associadas à ina- lação de fibras de amianto, podem depositar-se nos pulmões e aí permanecer, por longos períodos, podendo provocar doen- ças, algumas décadas mais tarde. A exposição ao amianto, manifesta-se através da via cutânea, da via digestiva e da via inalatória, no entanto, a inalação de fibras de amianto (muito pequenas e invisíveis a olho nu) é a que representa mais risco para a saúde e é certamente, a maior responsável pelos efeitos negativos ao nível da saúde. Em relação à exposição cutânea e à ingestão das fibras de amianto, existem diversos posicionamentos e opiniões, sobre os efeitos adversos para a saúde. A inalação de fibras ou poeiras de amianto, em função das suas características e do tempo de exposição, sem qualquer tipo de medidas de prevenção, pode provocar, uma de três doenças: • Asbestose , uma lesão do tecido pulmonar; • Cancro do pulmão ; • Mesotelioma , um cancro da pleura (a membrana dupla lu- brificada e lisa que reveste os pulmões) ou do peritoneu (a membrana dupla lisa que forra o interior da cavidade abdo- minal). Quadro 1 - Tempo de activação da doença.
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